Rosier
(na foto, o terceiro em pé da direita para a esquerda) aguarda reunião na manhã
de sábado para definir o rumo da expedição
Uma avalanche na encosta do Monte Everestdeixou
pelo menos 12 mortos, segundo autoridades do Nepal, no que é consideradoum
dos acidentes mais fatais da história do local. Pelo menos sete outras
pessoas estão desaparecidas, e três estão feridas. O alpinista cearense Rosier
Alexandre, que está na montanha para uma expedição, passa bem; mas três sherpas
de sua equipe estão entre os mortos da tragédia. Os sherpas são os guias
nativos que preparam a rota dos alpinistas.
A tragédia ocorreu às 06h45 locais (22h00 de
quinta-feira em Fortaleza), em uma área entre os acampamentos 1 e 2 da
montanha, localizados, respectivamente, a 5.900m e 6.400m acima do nível do
mar. No momento do acidente, Rosier estava no acampamento base, localizado a
5.350m, de onde partiria no próximo sábado (19) para o campo 1.
Conforme informações da esposa de Rosier, Danúbia
Pereira, o montanhista cearense está fisicamente bem, mas toda a equipe,
composta ainda por um escalador americano, um alemão e uma guatemalteca está
abalada. Ainda não é possível saber se haverá condições para a continuidade da
expedição de Rosier. A via por onde os montanhistas passariam está bloqueada.
Na manhã do próximo sábado (19), uma reunião do guia líder com as autoridades
do Everest deve avaliar as condições de segurança da montanha. No momento,
ocorre o processo de resgate de corpos na região. O ataque ao cume - nome
técnico para a chegada ao topo da montanha - estava previsto para o dia 20 de
maio.
As avalanches no período da manhã, como a que
ocorreu ontem no Everest, não são consideras comuns. Geralmente, acontecem à
tarde, quando o sol aquece o gelo com mais intensidade causando o
desprendimento.
Rosier realiza a última etapa do seu projeto
Sete Cumes, que objetiva escalar as maiores montanhas da Terra. O cearense
nascido em Monsenhor Tabosa já venceu o Aconcágua(Argentina), o Kilimanjaro (Tanzânia),
o McKinley (Estados Unidos), o Elbrus (Rússia), oVinson (Antártida)
e o Carstensz (Indonésia). No fim do projeto, ele será o quarto
brasileiro a escalar os sete cumes da Terra.
Everest contabiliza mais de 240 mortes
O novo desafio de Rosier assusta quem não está
habituado às escaladas. O Everest contabiliza mais de 240 mortes. Mas, para
ele, a estatística não traz temor. "Apenas me deixa mais precavido, pois
cada morte é um sinal do extremo risco que os 8.848m do Everest oferecem".
Ao longo da escalada do monte, os montanhistas
estão sujeitos também à hipotermia, quedas em gretas de gelo, edemas cerebrais
e pulmonares, riscos que acarretam em alta fatalidade. "Mas treinamos o
suficiente para nos livrarmos desses perigos com segurança e não alimentamos a
estatística dos que ficaram congelados para sempre".
Antes da viagem para o Nepal, Rosier lançou o seu
primeiro livro, "Sentinela de Pedra - A conquista do Aconcágua", uma
narrativa de sua primeira expedição à montanha gelada - maior da América do Sul
-, realizada em 2004.





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