O Ministério Público também representou por ato
infracional quatro adolescentes envolvidos no homicídio de Henrique Marques de
Jesus. O jovem de 16 anos foi morto na Vila de Jericoacoara em dezembro do ano
passado.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou quatro
adultos e representou por ato infracional quatro adolescentes envolvidos
no homicídio
de Henrique Marques de Jesus, turista de São Paulo morto na Vila de
Jericoacoara em dezembro do ano passado.
O jovem tinha 16 anos e foi assassinado "com
extrema violência e tortura" por "tribunal do crime", diz o
MP. A denúncia e a representação, ajuizadas nesta quinta-feira (7), apontam que
o crime foi motivado por rivalidade entre facções criminosas. O MP pede
a condenação dos adultos e a internação dos adolescentes.
A denúncia foi oferecida contra os adultos Anderson
Silva Veras (“Gota”), Antônio Carlos Paulino de Almeida (“Pantanal” ou “CL”),
Francisco Erlânio Freitas dos Santos (“Dasarea”) e Alex Gomes da Costa (“Pezão”,
que deu a ordem para a execução).
Ainda de acordo com o MP, eles responderão por homicídio
qualificado, com as qualificadoras de: motivo torpe, meio cruel, tortura e
impossibilidade de defesa da vítima, ocultação de cadáver e organização
criminosa. Há também um agravante por envolvimento de menores de 18 anos.
Os adolescentes foram representados por atos
infracionais análogos aos crimes de homicídio, com as mesmas
qualificadoras: ocultação de cadáver e organização criminosa.
O que acontece agora?
Após uma denúncia do Ministério Público, o juiz
avalia e decide se a recebe ou a rejeita. Se a receber, o denunciado se
torna réu e o processo tem início. Nesse momento, a pessoa precisa contratar um
advogado ou acionar a Defensoria Pública para defendê-la.
Em 16 de dezembro de 2024, por volta de 23h,
Henrique Marques, jovem de 16 anos natural de São Paulo, foi abordado por usar
uma camiseta com símbolos interpretados como referência a uma facção criminosa
rival a dos agressores. A abordagem ocorreu na Praia da Malhada, em Jijoca
de Jericoacoara.
De acordo com a denúncia do MP, Henrique teria se
recusado a retirar a peça de roupa, e teve o celular confiscado:
"No aparelho foram encontradas
imagens e mensagens que reforçaram a suspeita de vínculo com organização
criminosa rival. A vítima foi agredida com extrema violência – socos, chutes,
golpes com paus e pedras, disparos de arma de fogo na cabeça e mutilação da
orelha – e não teve chance de defesa. Henrique passou por um ''Tribunal do
Crime'", explicou o MP.
➡️
Entenda: A prática criminosa conhecida como
"tribunal do crime" ocorre quando membros de uma facção sequestram,
torturam e interrogam indivíduos, que eles, muitas vezes, suspeitam serem
membros de um grupo rival. Em vários casos, as vítimas são condenadas à morte
por chefes das facções.
A autorização para execução de Henrique partiu de um
detento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, por celular. Após
o homicídio, o corpo foi transportado em um quadriciclo e ocultado
na Lagoa do Paraíso.
Imagens da vítima foram compartilhadas com
visualização única em um grupo de WhatsApp denominado “Transfer Jeri
Fortaleza”, utilizado pelo grupo para articular crimes.
Imagens das câmeras de videomonitoramento de um
supermercado registraram o momento em que Henrique foi sequestrado, e também os
agressores. O grupo responsável pela morte do turista se intitulava
“Tropa do Pezão”
Três detidos pelo crime
Até este momento, três
pessoas foram detidas pelo crime. Dois homens estão presos e um
adolescente foi apreendido em janeiro deste ano.
Os três detidos foram encaminhados à Delegacia
Regional de Acaraú, onde permanecem à disposição da Justiça.
Fonte: G1 - CE
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