Com 2.475 focos de calor, novembro de 2024
foi o pior do mês neste quesito no Ceará desde 2008. O período também
marcou um aumento de 33,24% em relação à média, de 1.835 focos. As
informações são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme), compiladas em plataforma disponibilizada pelo órgão e que monitora
os focos. A ferramenta, que foi lançada pela Funceme no último mês de
novembro, reúne dados de 11 satélites de monitoramento, que
permitem o acompanhamento em tempo real da distribuição dos focos.
Em entrevista ao OPINIÃO CE, a gerente
de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, destacou a preocupação com a
situação.
Em novembro, o Ceará foi a terceira Unidade da
Federação (UF) do País no número de focos de calor detectados. O Estado ficou
atrás apenas do Pará, que teve 9.555 focos, e do Maranhão, que totalizou 4.046
focos, conforme os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe).
Segundo ela, a temperatura, em 2024, está mais alta
do que a do ano passado. “Em relação às temperaturas, se ano passado foi
quente, esse ano tivemos municípios como Barro e Quixeramobim, com temperaturas
chegando a 38°, 39° celsius”. Ainda como explicou Meiry, em relação às
medições diárias, foram pelo menos 10 picos de temperatura superiores a 40° C
em novembro de 2024, com os maiores valores registrados na estação do
município de Barro.
A especialista informou que, para um foco de calor
ser identificado via satélite, ele precisa ter pelo menos 30 m² de área e
representar uma elevação da temperatura em relação ao seu entorno. É necessário
que a temperatura da superfície do local esteja em pelo menos 47° C
para ser identificado como um foco de calor. Caso haja as condições
necessárias para tal, o foco pode se tornar um foco de incêndio, situação que
não ocorre sempre, mas que acontece na “maioria das vezes”.
Conforme ela, uma pesquisa de mestrado no Sertão
Central, após o monitoramento dos focos vistos no satélite e os incêndios que
efetivamente aconteceram, foi descoberto que 76% dos focos
identificados ocasionaram em queimadas. A pesquisa foi realizada em
Quixadá, na área dos monólitos.
Fonte: Opinião CE
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