A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (8/7) 15
mandados de busca e apreensão para avançar numa apuração sobre uma organização
criminosa suspeita de desviar recursos públicos por meio de fraudes em
processos licitatórios e contratuais. Um dos alvos é o deputado Júnior Mano
(PSB-CE)
As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal
Federal e há busca no gabinete do deputado na Câmara dos Deputados, na sua
residência oficial e em um imóvel em Fortaleza. Além de Brasília, são cumpridos
mandados em Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio, cidades no
Ceará.
“O núcleo investigado é suspeito de articular o
direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante
contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos
licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo”, diz a PF.
Além das buscas, o STF determinou o bloqueio de R$
54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas.
“As condutas investigadas envolvem os crimes de
organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade
ideológica com fim eleitoral”, diz a PF.
O caso do deputado chegou ao STF após a Polícia Federal
encontrar indícios de que o parlamentar estaria “diretamente envolvido no
desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema de (compra
de votos) e consolidar sua base de apoio político”.
Antes da operação de hoje, batizada de Underhand, a
PF no Ceará já havia realizado duas ações para avançar na apuração do caso, a
Mercado Cláusula e a Vis Occulta.
A apuração apontou para um esquema envolve
prefeituras que recebiam valores de emendas.
O deputado Júnior Mano apareceu no caso após a
prefeita da cidade de Canindé denunciar um aliado do parlamentar durante a
campanha eleitoral de 2022.
Ela apontou crimes eleitorais do deputado e do
aliado que é prefeito em Choró, no Ceará. Segundo ela, o parlamentar
encaminhava as emendas para o prefeito que seria responsável por “lavá-las”.
“A lavagem consiste em contatar o gestor, oferecendo
como exemplo um milhão com retorno de quinze por cento para ele”, disse em
depoimento. Ao menos 51 cidades teriam recebido valores, segundo a denunciante.
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